25 de outubro de 2010

Festival Contemporâneo de dança

Despedida a Irmngard Hofmann Azambuja - uma das pioneiras da dança em Porto Alegre‏



É com profundo pesar que o Centro Municipal de Dança comunica o falecimento de Irmngard Hofmann Azambuja, uma das pioneiras da dança no Rio Grande do Sul. Abaixo enviamos texto dedicado a essa importante bailarina, música e professora, responsável pela afirmação e desenvolvimento do balé em Porto Alegre, no início do século XX.


"Recordar de Dona Irmngard é um agradável exercício, por inúmeros /motivos. Primeiro porque minha história enquanto pesquisador de História da Dança está intimamente e entusiasticamente marcada pelo nosso encontro. Mas também pela descoberta e reafirmação da importante figura que ela foi para a cena cultural do Rio Grande do Sul. E talvez mais do que tudo isso, de uma amiga querida, sensível, bem-humorada e generosa.


Quando comecei a me aventurar a pesquisar as origens da dança em Porto Alegre contava com uma cópia datilografada das pesquisas de Morgada Cunha e Cecy Franck, que na época não haviam sido publicadas ainda. Lá aparecia o nome de Irmngard Hofmann Azambuja e algumas linhas sobre seu trabalho na década de 30. Num primeiro momento ficou apenas um desejo de intrigante de saber mais. Perguntava para professoras de balé mais antigas, buscava encontrar outras referências sem sucesso. Não sabia se ainda estava viva ou não. Em 2003, quando assumi as aulas de História da Dança, na Universidade Federal do RS, propus aos alunos o exercício investigativo das origens da dança no Estado. A uma das alunas coube Irmngard e uma certa tristeza de tão pouco material sobre ela. Mas a aluna, Rose Nunes, começou a procurar, indo, inclusive investigar guias telefônicos antigos, até que encontrou uma senhora de mesmo nome, ligou e perguntou se era da residência de Irmngard. E ouviu a seguinte resposta: Sim, é ela mesma.


A partir daí minha aluna produziu um belo trabalho inicial e seguiram-se vários encontros meus com Dona Irmngard em sua residência, no chá da tarde. Foi assim que fomos descobrindo que com pouco mais de sete anos, em 1925, ela já havia subido ao palco, em uma ópera no Theatro São Pedro. Que formava, ao lado de Lya Bastian Meyer, Tony Petzhold e Salma Chemale, os pilares do balé clássico em Porto Alegre. Que as quatro dividiram o palco, em 1928, na primeira apresentação do Instituto de Cultura Física, de Nenê Dreher e Mina Black. Que teve sua própria escola de balé no final da década de 30, o Instituto Coreográfico Irmngard Hofmann. Que a jovem bailarina realizou viagem de estudos pelo Brasil, fazendo aulas com mestres como o tcheco Vaslav Veltscheck, do Municipal do Rio de Janeiro. Que, em 1938, suas bailarinas Leda Acauan, Berenice Faedrich e Érica Renner apresentam Valsas e Danças Húngaras, de Brahms, que encantou o crítico do jornal Correio do Povo, Aldo Obino.


Ficamos sabendo que ela deixou de ser professora por opção (e por conselho de um crítico do jornal Diário de Notícias), para ser artista e solista que se apresentou em inúmeras cidades do Estado, divulgando a arte do balé e encantando o público com seu talento e técnica ao som de Chopin, Debussy e Grieg.


E as surpresas não se esgotavam. Com orgulho especial ela revelou que foi primeiro violino da OSPA, tendo sido regida pelo maestro e compositor Villa-Lobos. Que depois de ter se afastado dos palcos não largou a dança e ampliou seu interesse para ioga (tendo publicado três livros sobre o tema). E que ainda tinha uma turma de alunas setuagenárias que se encontram em sua casa, não apenas para conversar, mas para se exercitar e dançar. E, como talvez, meu olhar traduzisse incredulidade, trouxe uma fita VHS em que me mostrou um balé cósmico no qual ela dançava com as alunas, representando astros, planetas e outros corpos celestes. Sim, aquele senhora que me servia chá e em breve completaria 90 anos, dançava e comandava o baile ainda.


Como se não bastasse, Dona Irmngard me confiou, por 24 horas, seus cadernos de recortes e fotos para que eu fizesse cópias. Álbuns amarelados com programas e críticas de jornais. Assim, pude ir aos poucos recuperando essa decisiva e inestimável participação na formação da dança cênica em nosso Estado.


E tinha mais. De uma gaveta ela me revelou um tesouro (ainda que ela não assim o considerasse): um álbum com centenas de fotografias de poses e seqüências de balé com a descrição escrita à mão. Um material da década de 1930 e que arrisco afirmar que possa ser o primeiro manual sistematizado de balé no Brasil.


Enfim, sucederam-se vários encontros para minha felicidade. Tardes inteiras ouvindo histórias de dança. E um convite do qual muito me honro, de estar presente no sua festa de aniversário de 90 anos. Segundo Irmngard, em entrevista à pesquisadora Rose Nunes, em 2003, declarou que nunca parou de dançar: “danço até hoje, em minha intimidade, basta ouvir alguma música que me comova, ou desperte minha atenção por sua beleza, ou até mesmo quando acontece algum fato ou momento que me comova, sinto vontade de dançar.”


E foi inevitável, frente ao reconhecimento de tanto trabalho para afirmar a arte da dança, homenageá-la em 2005, no Dia Internacional da Dança, quando cerca de 2 mil pessoas aplaudiram-na em pé no Salão de Atos da UFRGS. E, posteriormente, indicá-la ao Prêmio Joaquim Felizardo, que destaca todos aqueles que tiveram uma contribuição inestimável à cultura local.


Não consegui realizar, contudo, um plano secreto nosso. O de no Dia Internacional da Dança, valsarmos junto para comemorar a data. Ela tinha aceito o convite, mas acabei envolvido com lidas acadêmicas nos últimos anos que me afastaram dessa concretização. Azar o meu, pois Dona Irmngard seguiu seu bailado pelo grande salão da galáxia, afinal esse é o lugar de toda estrela. Se um dia arrumar outra parceira para minha valsa (que terá como intuito homenageá-la mais uma vez), tenho certeza que ela vai autorizar, e uma luzinha vai estar brilhando mais forte lá no céu, ajudando a marcar a contagem: um, dois e três; um, dois e três; um, dois e três..."


Airton Tomazzoni, 24 de outubro de 2010.



Texto publicado no blog do Centro Municipal de Dança: http://cdancasmc.blogspot.com/2010_10_01_archive.html



24 de outubro de 2010





































    Dentro das atividades em comemoração aos 10 anos de Aniversário da ,
Cia. de Dança Afro Daniel Amaro, a direção, juntamente com os integrantes
da Companhia teêm o prazer de apresentar o espetáculo:


   A Reminiscência dos Tambores do Corpo no Âmago dos Homens Ifá na crença do Maria, Marias...

  Com a proposta de agregar em uma única obra o retrospecto da Cia., buscou-se recorrer aos cinco espetáculos já montados ao longo de uma década.

Reelese
 
  Narrando a trajetória do povo negro,o espetáculo aborda a retirada dos negros da África até a contemporaneidade brasileira. Remetendo ao cotidiano na Africa, valendo-se de movimentos que evocam a dança, os ritmos e a religiosidade da cultura Africana, demonstrando a mescla cultural Africa – Brasil e ainda a reconstrução da identidade baseada na crença e na fé, é que a obra descreve uma tentativa de buscar a essência perdida de cada indivíduo, possibilitando a criação de novas formas de viver e de se expressar.
... E é quando RELEMBRAMOS de nossa história, do nosso ponto de partida, de nossas vivências no transcorrer do tempo que enchergamos a importancia de se preservar essencia de cada indivíduo na criação
de novas formas de viver.

6 de outubro de 2010

Novo livro de Isabel Marques

LINGUAGEM DA DANÇA: ARTE E ENSINO

O livro "Linguagem da dança: arte e ensino" foi escrito com apoio do Prêmio Funarte
Klauss Vianna de dança 2009.

compras através do site;
http://linguagemdadancacaleidos.blogspot.com/2010/08/compra-de-livros.html

A Mala que viaja pela imaginação se prepara para viajar pelo Estado

No mês da Criança o espetáculo infantil HISTÓRIAS DE UMA MALA SÓ, Prêmio Tibicuera de Melhor Atriz de Teatro Infantil 2009 para Elisa Lucas, percorrerá seis cidades do RS através do Arte Sesc – Cultura por toda parte. A peça, que participou em maio do Festival Palco Giratório Sesc POA, visitará as cidades de Santa Cruz do Sul, Cachoeira do Sul, Santa Maria, Bagé, Rio Grande e Pelotas, de 04 a 09 de outubro.

Sobre o Espetáculo

Elisa Lucas e o diretor Vinicius Petry mergulharam na arte de contar histórias e no imaginário infantil para construir o espetáculo, composto por três histórias: A Menina que sonhava Ser Bailarina, onde uma menina pobre que sonha em ser bailarina realiza seu desejo com criatividade; O dia que Sininho salvou Peter Pan, onde a fada Sininho acorda de um pesadelo e percebe que Peter Pan foi capturado pelo Capitão Gancho. Sininho sai pela Terra do Nunca para salvar seu amigo, enfrentando diversos obstáculos; e O Menino e o Mar, uma história em que um menino que nasceu dentro de um navio vive uma aventura para salvar a embarcação das artimanhas e feitiçarias da Bruxa do Mar. As histórias saem de dentro da Mala de uma viajante que, com “uma mala só” percorre vários lugares, onde só a imaginação pode nos levar. A transição entre as histórias se dá através da trilha sonora que é executada ao vivo por Vinicius Petry.

Produzido pelo Grupo Capitu, Histórias de Uma Mala Só tem texto e atuação de Elisa Lucas. A direção e a trilha sonora especialmente composta para encantar, divertir e emocionar pais e filhos são do premiado ator Vinicius Petry, que em 2010 completa 18 anos de carreira no teatro, tendo trabalhado nas principais companhias profissionais de Porto Alegre, como “Teatro di Stravaganzza”, “Oigalê - Cooperativa de Artistas Teatrais”, “Depósito de Teatro” e com uma larga experiência na cena teatral infantil: Cia Teatro Novo e Grupo Cuidado que Mancha. Essa foi sua estréia como diretor.

Elementos do universo infantil tomam vida e se enlaçam uns aos outros. A possibilidade de viajar através de cada história e construir no palco um universo onde tudo é possível é o mote da peça que usa diversos recursos que saem de dentro da mala.

Direcionado para crianças de 02 a 10 anos o espetáculo prioriza a formação de público a partir de um trabalho poético e lúdico e oferece um projeto pedagógico para escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental, elaborado pela Pedagoga Letícia Bottari que propõe a realização de atividades complementares que podem ser trabalhadas em sala de aula após o espetáculo.



Contatos com a produção: 51.93066880, 51. 3237-6880 e 51.98548392
E-mail: elisalu@gmx.net e viniciuspetry@yahoo.com.br
Home Page: http://www.elisalucas.com.br/


O QUÊ? Espetáculo Infantil HISTÓRIAS DE UMA MALA SÓ

QUANDO?

04/10 - Santa Cruz do Sul - Local: Colégio São Luiz - Rua Marechal Floriano, 719.

05/10 - Cachoeira do Sul - Local: Sociedade Rio Branco - Rua Ernesto Alves, 514.

06/10 – Santa Maria - Local: Salão de Eventos do Colégio Marista Santa Maria - Floriano Peixoto, 1217.

07/10 – Bagé - Local: Complexo Cultural do Museu Dom Diogo – Caetano Gonçalves S/N.

08/10 - Rio Grande - Local: Auditório da Escola Juvenal Miller - Rua Andrade Neves s/n.

09/10 – Pelotas – Associação Rural de Pelotas

Horário: Sempre às 15 horas.
INFORMAÇÕES: Junto às Unidades Operacionais do Sesc ou no site www.sesc-rs.com.br/artesesc